Gosto deste verso áspero
duro em si e nos outros.
A palavra rompante
a ferir os ouvidos
sujos dessa cera
dos bons costumes
das suavidades sociais
das hipocrisias familiares.
O verso lixa a madeira
carcomendo tradições antigas
que rebentam em cancros ordinários.
Esse é o verso ideal que desgasta,
desbasta, corta, apara as arestas
e te põe a nu como no dia
que saíste rubro das entranhas
berrando tua presença no mundo.
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