À meia noite sob a luz do poste
a encontrei iluminada como num palco.
Atriz principal de uma peça
monólogo arriscado na calçada.
E eu, figurante menor, a acompanhava,
cada gesto, cada movimento dos dedos
que apertavam o cigarro levado
calmamente aos lábios vermelhos.
Segui-na pelas ruas, pelos postes,
pelas calçadas e fiz as mesmas paradas.
Contemplei-na à beira da orla.
Encostou-se no parapeito, gestos calmos
subiu e atirou-se para sempre
nas ondas negras de uma noite infinita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário