Quero sobreviver ao amor
à paz
ao grito em meus ouvidos.
Vou sobreviver a tudo que me sobrevier
ao olho gordo do amigo
à praga da sogra
ao destino de professor,
à moça sonhada
na esquina de casa.
Vou sobreviver à memória
ao grito no silêncio
que me aponta os pecados.
Ao olhar de Deus que me vigia
ao anjo caído na sarjeta,
à prostituta na sua solidão.
Enfim, vou sobreviver a mim mesmo
vou me levantar e olhar no espelho e dizer:
Bom dia, te venci uma vez mais,
sobrevivi à noite em que me abandonaste
à deriva dos lençóis.
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