Baixo triste cabisbaixo os olhos,
tenho gestos mudos encerrados
em mãos nervosas,
enquanto as pupilas escuras
beijam a face da terra
e fogem a teus olhos
que em chama azul
magoam e iluminam.
Quanto de ti não compreendi?
Quantas de tuas nuances
escaparam-me à vista?
Tombo sob a luz da razão
e como menino a olhar
as pontas dos sapatos
recebo o pito do Universo.
Tenho nas mãos
o pote azul do Horizonte,
mas nego-me a devolvê-lo,
molhando as pontas dos dedos
nesse lago semitransparente
de tua nudez de rendas.
Escapa-me o corpo nu,
e levo comigo tuas águas
a abraçar-me o corpo.
Deste banho inevitável
deixei para sempre minha pele
em tua textura,
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019
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Um comentário:
Gostei de poesias através de voce,vc está cada vez melhor parabéns.
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