Ai daqueles que não amaram
ou amaram pouco
por medo de quebrar a cara.
Ai daqueles que beberam
apenas meia dose
e perderam o barato
de um copo cheio.
Ai daqueles que foram mesquinhos
sobretudo consigo mesmos
e deixaram de abrir a mão
e selar uma amizade.
Ai daqueles que não gozaram
que fizeram o sexo burocrático
dos casamentos tristes.
Ai daqueles que não viveram
e deixaram para depois
as incertezas da eternidade.
Ai daqueles que se acharam santos
e perderam da humana convivência
o prazer de partilhar as horas.
Mas, acima de tudo:
Ai daqueles que criticaram
nos outros o desejo que tinham
de viver, de amar, de gozar
de beber até a última gota do copo.
Porque deles não haverá nada
a se contar, nem as anedotas
dos vexames, nem a alegria dos amigos.
Porque para eles restou
ver a vida passar
sem graça e besta
dos que não souberam
amar a humana gente.
quinta-feira, 17 de maio de 2018
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