quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Arquivo

Abri as gavetas
perambulei pelos armários
respirei o pó da memória
em todas suas partículas.
Uma foto pendia da parede
destroços de um passado
se amontoavam diante
de meus olhos turvos.
Soube, então, que havia restos
de mim naquela casa,
mas não podia juntá-los.
Estavam gastos demais
e quando os vesti
percebi meu eu renegá-los.
Era eu ainda, mas um eu
distante, apagado, uma sombra
que habitava o arquivo da memória.

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