O cacto, o cacto, o
cacto plantado
em frente à minha
casa, desafiador
no seu verde
espinhento, agourento,
é insólito como os
pesadelos das horas
sagradas na noturna
cama de horrores.
O cacto me olha, enviesadamente,
como se cravasse na
palma de minhas mãos
suas unhas tutelares
em busca do sacrifício.
Anseiam crucificar-me
na calçada seus espinhos
e só eu o olho,
estático, fascinado pelo seu
verde estranho que me
condena à contemplação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário