Na rua há um movimento de vida
oposto à solidão do meu quarto.
Respiro longamente esse ar juvenil,
e renovo-me pelas calçadas.
As passadas largas mentem uma falsa pressa.
É ansiedade de inchar-me de vida,
de receber pelos olhos as cores do ipê em flor.
As pernas dançam um baile difícil,
as buzinas dos carros e das motos provocam um alarido,
enquanto a voz do profeta ecoa na esquina,
misturada à voz do vendedor de vassouras.
Olhares se cruzam: desafiadores, tímidos,
inocentes, sedutores em breves silêncios,
no entrechocar mudo de palavras jamais ditas.
Mas ainda assim, brotam flores
negras pelas brechas do asfalto rachado.
quinta-feira, 3 de abril de 2014
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