Contemplo o calendário.
Admiro seu sadismo.
A maneira como mata os dias
e os congela em minúsculos quadrados.
Invejo sua promiscuidade
de nem chorar o dia passado
e já flertar com o dia seguinte.
Calendário de nascimentos e necrólogos,
de festas santeiras e pagãs
de datas cívicas e antipatrióticas
de datas pessoais e coletivas
de convites de casamentos e
processos de divórcio.
Sei que um dia marcaste meu nascimento,
sei que um dia marcarás minha morte,
por isso hoje te atiro pela janela,
porque não quero saber que dia será amanhã.
terça-feira, 8 de abril de 2014
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