quinta-feira, 29 de outubro de 2020

II

Há sempre quem faça de nós
porto.
E lhe damos as mãos
nessa ânsia de amar.
Nos despimos de tudo
e damos tudo.
Não importa o que digam
as vozes, somos silêncio.
E nessa toada
seguimos a vida.
Não esperamos nada
e esperamos tudo.
Abrimos as mãos
para receber o cálido carinho,
fechamos os olhos,
abrimos a boca
e comemos a mentira
como se mel fosse.
Mas acima de tudo, amamos
e detrás de portas semicerradas
somos amados
por tempo marcado,
em quartos de hotéis
imunes ao tempo
que corre lá fora.

Um comentário:

Conceição Coelho disse...

Adorei, Weslei! Você tou ou no ponto!
Obrigada por compartilhar, beijo.

  A poesia é essa água que escorre pela boca e d esce pelas bordas  rompendo a barreira dos lábios. Diz e não diz f abula mundos intangív...