Há diante de nós
somente a morte certa
e o espanto duradouro
da vida.
somente a morte certa
e o espanto duradouro
da vida.
Somos terra, somos pedra
soltas no chão
à espera do amor
que nunca vem.
Perdoai-nos, Senhor,
porque não sabemos amar
porque nos damos como quem ama,
mas é apenas desespero,
medo de acabar
de não encontrar no outro a fé
que faz cessar a busca.
Perdoai-nos, Senhor, a nós poetas,
que não sabemos esperar
nem a morte, nem a vida.
Nessa ânsia de gozo sucumbimos
à doce mão que nos afaga
na finitude dos gestos
incapazes de nos prender.