Espalmo minha mão
e sob ela cabe o tempo.
Passado, presente e futuro
dançam suas memórias,
seus ressentimentos
e suas expectativas.
Alguns amigos restam de todos aqueles
que se tornaram inimigos
e a face me viraram ao passar pela rua.
Caminho, sei que o tempo me espia
e pelos cantos dos olhos fujo ao seu espanto.
Não quero acreditar, preciso não acreditar
que ao longo do tempo
as pessoas mudaram tanto
e eu ingenuamente estacionei,
para o bem ou para o mal.
Vejo meu rosto de cera no espelho
e velhas expectativas derretem
sob o calor das horas.
Sou o tempo, sou o momento
sou o homem que se assustou
com o mundo à sua volta
e não mais voltou a si.
Deliro e o tempo se desfaz
nas horas que me restam.
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