Por que, ignorante, reclamo da ausência?
Ela é presença constante
que em vazios, me preenche os dias,
é recordação pura, bruta em estado maior
de gritâncias, gestos e protestos.
Ainda sem teu corpo, o que reclamo
é a ausência física,
porque gritas em meus ouvidos
mal vejo a luz do dia me despertar.
E é sob gritos de protestos que adormeço
apegado a essa ausência branca, pura, intocável,
que me afaga os cabelos e sobre os joelhos
me nina e mima em afetos e esperanças.
Esperanças de que os sonhos antecipem o encontro fatal,
inevitável dos corpos que se consomem em corpo,
um corpo de verdade, embebido
de suor, pele, boca e mãos em comunhão.
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