quinta-feira, 26 de maio de 2016

Abri a página de teu sexo
e escrevi nela o meu nome,
revelação e salvação
no Livro da Carne.
Enraizei em tua pele o meu corpo
e o teu ventre gerou um ser
a partir do sêmen quente
que irrigou tuas entranhas
e descobriu o óvulo
da Árvore da Vida.
Enquanto morria no teu corpo,
afinal todo gozo é um princípio de morte,
alcançava a eternidade do fruto proibido.
Meus olhos se abriram: vi o bem e o mal
em teu sexo aberto, qual flor rubra
a irrigar a pétala de meu cadáver
deitado no frio jazigo
que visitaste numa manhã de domingo.
E fez-se a morte e a vida,
princípio e fim
em um único coito de redenção.

  A poesia é essa água que escorre pela boca e d esce pelas bordas  rompendo a barreira dos lábios. Diz e não diz f abula mundos intangív...