sábado, 21 de março de 2015

Posses

Quando criança [...]
meu carrinho
meu pai, minha mãe,
meu imperturbável irmão.
Não perdi ainda essa louca
mania de me dar às posses.
E todos os dias quero
algo para chamar de meu,
de minha; posse inevitável
do ser ao qual exigimos Amor.
Antes de te amar, infelizmente,
me fiz amigo do possessivo minha
e só te tive por posse, terreno privado,
sem atender à doação do Amor.
E se não atentei a teu Amor
essa coisa leve e Sublime
é porque antes te tive por minha
sem saber que também me possuías.

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