terça-feira, 15 de outubro de 2024

 Não era você sobre a cama

era uma fenda aberta

aos meus fantasmas e sonhos

que abria uma brecha no peito.

Dele saltavam anjos e demônios 

pequenos anões verdes e barbudos 

a girar em torno de minhas pernas.

Nessa ciranda mortal

estendi ao teu seio uma taça 

e me amamentei de tua seiva impura

e branca que escorria pelos meus lábios.

Era uma homem a devorar baratas

e o branco da goma inerte

era leite, sêmen, visgo

adubando o jardim de girassóis 

que brotava de meu peito.

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