Um passado não se desfaz fácil assim,
e mesmo em seus ardores silenciado
nas paredes da memória
instala grades e cacos de vidro
que nos aguilhoa a alma nos silêncios do presente.
A primeira sensação de Deus
o amor, nem sempre na cama,
que nos inaugurou o sexo
esse monstro de prazer e angústias.
Lembro pouco
raramente vasculho o passado
prefiro deixar os mortos calados
essa classe de gente indigesta
que ainda vive em algum lugar.
O passado é esse mar de ossos insepultos
e infelizmente serão eles a jogar a última pá de cal
sobre o fim de meus dias.
Um comentário:
O passado sempre é um fantasma que nos atormenta. Não sei porque, muitas vezes, ele está tão presente em nosso presente. O ideal é olharmos, no máximo, uma vez para ele. Vai doer! E, a partir disso, tentarmos ressignificá-lo. É o que nos resta! Não há outro caminho.
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