O indescritível saber
de todas as coisas
espraia-se por teu corpo.
O véu branco que estampa
em amor e medo
abre-se em sorrisos
e dentes e boca
revelam um mundo
de possibilidades
até ali inexistentes.
É ânsia, glória,
gozo antecipado
que exalam da flor
do corpo nu.
[todo ele significados].
Poema inútil
sem forças de descrever
o que é o adormecer
e o despertar ao lado
de quem se ama
a quem por vontade
se entrega o corpo e a alma,
a quem arranca de nós
um pedaço essencial da vida.
Tremo e não sei porquê,
vibro de alegria e caio
em tuas mãos, entregue
ao amor e à dor,
à alegria da chegada
e à tristeza da partida.
Amor não tem explicação,
mas há um momento da vida
em que alguém nos arranca
a alma e faz dela prisioneira
e não queremos outra coisa
que não estar preso por vontade,
porque a simples ideia da liberdade
não comporta em nosso espírito
espaço para razões.
Quando o Amor nos olha,
ele ganha nome, olhos, cor,
boca, braços e pernas
sem as quais parece impossível caminhar.
Amor tem nome, tem cor, tem olhos
tem vida, tem endereço
e não se assemelha a nada
a quem Camões chamou de Amor
com todas as maiúsculas,
porque amor assim, impessoal
é sem graça, sem sabor
só serve para análise literária,
e sem vida vai morrer em alguma prova
de saberes inúteis daqueles
a quem nunca coube o amor,
por isso, para eles, o poema sobre o Amor
é sempre inútil, sempre arriscado.
Mas amar é um risco,
que não cabe no inútil poema
onde cabem todas as coisas,
menos o Amor, porque este
se declara e se vive
na intensidade das horas presentes
na ausência das horas de espera.
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