Quando chegaste
como visita apressada
leve de sutilezas disfarçadas
e com teus ares de partida,
fiquei cego ao adeus
que me acenava
o brilho de teus olhos.
Mas não pude enxergar
o inevitável.
O óbvio é demais
para quem julga amar.
No fim das contas,
contra todas as provas,
vivi o que me coube
do tempo da ilusão.
Foste embora muito
antes de partir.
Só eu não via
que precisavas de um porto,
nada mais, em meio à sede,
para descansar teu corpo
e continuar a viagem.
Fiz-me teu porto, tua imagem,
só não esperava pela despedida,
tão certa, tão óbvia, tão conhecida,
e por isso mesmo tão inesperada
como a morte.
sábado, 17 de dezembro de 2016
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