Ah... a razão dos clowns....
quem precisa dela
quando se tem a loucura?
Só os loucos riem, gozam
vivem, amam e comem
sem os regimes da moda.
A loucura não tem horas,
não bate ponto, não toma vitaminas
antes do almoço
nem se perde em discussões inúteis
do último teórico europeu.
A razão diz o que sou,
mas isso, todos julgam saber.
Só a loucura diz de mim
histórias sem nexo,
que fogem à razão e à lógica
dos amantes infelizes.
A loucura é a porta da felicidade
negada pelo cabresto da razão.
Só quem perdeu a razão
de portas abertas pode ser feliz.
Porque quem goza entre quatro paredes
só procria, não cria.
quinta-feira, 29 de dezembro de 2016
terça-feira, 27 de dezembro de 2016
Uma flor amarela
imitação do sol
em suas luzes
grita diante dos olhos
de fogo de uma criança.
E ela é bela como a flor
amarela em suas pétalas.
Uma flor amarela
grita com sua boca
cheia de dentes amarelos
e uma criança sorri,
ainda sem dentes,
diante da flor que imita o sol.
Não tem cheiro nem sofre
do tempo o mal da efemeridade;
é uma flor de plástico,
mas seu amarelo grita
diante dos olhos de uma criança
e seu sorriso é belo como
as pétalas [de plástico]
de uma flor amarela.
imitação do sol
em suas luzes
grita diante dos olhos
de fogo de uma criança.
E ela é bela como a flor
amarela em suas pétalas.
Uma flor amarela
grita com sua boca
cheia de dentes amarelos
e uma criança sorri,
ainda sem dentes,
diante da flor que imita o sol.
Não tem cheiro nem sofre
do tempo o mal da efemeridade;
é uma flor de plástico,
mas seu amarelo grita
diante dos olhos de uma criança
e seu sorriso é belo como
as pétalas [de plástico]
de uma flor amarela.
sábado, 17 de dezembro de 2016
Quando chegaste
como visita apressada
leve de sutilezas disfarçadas
e com teus ares de partida,
fiquei cego ao adeus
que me acenava
o brilho de teus olhos.
Mas não pude enxergar
o inevitável.
O óbvio é demais
para quem julga amar.
No fim das contas,
contra todas as provas,
vivi o que me coube
do tempo da ilusão.
Foste embora muito
antes de partir.
Só eu não via
que precisavas de um porto,
nada mais, em meio à sede,
para descansar teu corpo
e continuar a viagem.
Fiz-me teu porto, tua imagem,
só não esperava pela despedida,
tão certa, tão óbvia, tão conhecida,
e por isso mesmo tão inesperada
como a morte.
como visita apressada
leve de sutilezas disfarçadas
e com teus ares de partida,
fiquei cego ao adeus
que me acenava
o brilho de teus olhos.
Mas não pude enxergar
o inevitável.
O óbvio é demais
para quem julga amar.
No fim das contas,
contra todas as provas,
vivi o que me coube
do tempo da ilusão.
Foste embora muito
antes de partir.
Só eu não via
que precisavas de um porto,
nada mais, em meio à sede,
para descansar teu corpo
e continuar a viagem.
Fiz-me teu porto, tua imagem,
só não esperava pela despedida,
tão certa, tão óbvia, tão conhecida,
e por isso mesmo tão inesperada
como a morte.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2016
Não dê pérolas
aos porcos
diz o ditado
popular
de todas as bocas
e línguas.
Mas, digo eu, não Paulo,
nem o povo e sua boca
enorme:
não dê versos a todos os homens;
alguns são como porcos
não entendem de pérolas
nem de versos.
Chafurde, poeta,
de quatro patas ,
em seu quarto,
as palavras.
Coma a lavagem de seus verbos,
pois tuas palavras
só têm valor
no chiqueiro de teus versos.
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