Você que vem e salta diante de meus olhos
dançando essa longa música silenciosa,
que meus olhos não cessam de seguir ligeiros
no vão esforço de te apreender e prender num instante.
Meus passos seguem após os teus doidamente
sem rumo, faço caminho em teu andar inocente
perco-me por vontade e desejo, sem saber onde chegar
após os passos teus como se o futuro não existisse.
Não tenho mais pernas e não procuro indicações
na estrada que possam guiar-me ao destino
traçado no início dessa doida viagem.
Abandonei os mapas, as bússolas, estou sem latitude
desgovernado de mim, por prazer e volúpia
de um corpo que salta e dança diante de meus olhos.