quarta-feira, 22 de julho de 2015

Descaminhos

Você que vem e salta diante de meus olhos
dançando essa longa música silenciosa,
que meus olhos não cessam de seguir ligeiros
no vão esforço de te apreender e prender num instante.

Meus passos seguem após os teus doidamente
sem rumo, faço caminho em teu andar inocente
perco-me por vontade e desejo, sem saber onde chegar
após os passos teus como se o futuro não existisse.

Não tenho mais pernas e não procuro indicações
na estrada que possam guiar-me ao destino
traçado no início dessa doida viagem.

Abandonei os mapas, as bússolas, estou sem latitude
desgovernado de mim, por prazer e volúpia
de um corpo que salta e dança diante de meus olhos.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Não sei dançar

Não sei dançar,
Também não sei cantar.
Não fumo, não sei tragar.
Meus passos são ligeiros
e inquietas minhas mãos.
Então danço, rodopio,
arrocho um maxixe de palavras
e meu poema dança, gira
por um salão branco
e tira para dançar
o solitário leitor.
Meu poema declama
ao pé do ouvido
uma balada antiga
e sem ter o que fazer
o leitor dança esse maxixe
encarnado de desejos
em núpcias com o poema.

Vazio

Não vejo estrelas no céu
nem peixes no mar
nem poesias nos versos.
Estou vazio de tudo
de mim e dos outros.
Fizeram um buraco
no meio do meu peito,
por ele escapuliu
meu doido coração,
saltando jardins e montes
buscando emoção
fora do peito
de seu estranho dono.
Meu coração não me suportou
e fugiu de mim, deixando esse oco
esse vazio dentro mim.

terça-feira, 7 de julho de 2015

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Haicais

Fatalidade
Sorriso de mágoa
instante menorizado
mesquinhez do ser.

 Perspectiva
Correr solitário
não reduz o caminhante
aumenta o horizonte.

Alvorada
Canta o passarinho
adulando a solidão
amanhece o dia.

Despertar
Desilusionou-se
rota, desfeita a boneca
surgiu o pesadelo.

Partida Invernal
Orvalho da noite
em alcova solitária
chora triste o céu.

Sala de estar
Termina em velhice
depositar em estantes
álbuns de família.

  A poesia é essa água que escorre pela boca e d esce pelas bordas  rompendo a barreira dos lábios. Diz e não diz f abula mundos intangív...