segunda-feira, 13 de maio de 2024

 Nua, ofereces a mim

a ilusão do teu corpo.

Desejo-te e aceito a oferta

sabendo-me navegante

sem porto nas ondas de teu ventre.

Perco-me e nada preciso dizer

sempre soube que eras nuvem

e que partiria às vozes

dos ventos báquicos do amor.

 Vejo bater à porta o tempo

e tenho a pressa dos minutos.

As horas me entendiam

e tudo é urgência.

As primeiras rugas gritam

a necessidade de amor.

O corpo lateja ao infinito 

e sem pudores

anuncio o cio dos animais.

Espera

 E depois da cama?

Este sabor de ausência 

a alimentar minhas lembranças.

Tenho-te e isto finda

por isso gozo-te

em todos os detalhes 

até a exaustão.

Sei que a morte me espera

e eu a adio vivendo em tuas entranhas.

Brinco com o tempo

faço do prazer a espera

que o gozo encerra.

  A poesia é essa água que escorre pela boca e d esce pelas bordas  rompendo a barreira dos lábios. Diz e não diz f abula mundos intangív...