Nua, ofereces a mim
a ilusão do teu corpo.
Desejo-te e aceito a oferta
sabendo-me navegante
sem porto nas ondas de teu ventre.
Perco-me e nada preciso dizer
sempre soube que eras nuvem
e que partiria às vozes
dos ventos báquicos do amor.
E depois da cama?
Este sabor de ausência
a alimentar minhas lembranças.
Tenho-te e isto finda
por isso gozo-te
em todos os detalhes
até a exaustão.
Sei que a morte me espera
e eu a adio vivendo em tuas entranhas.
Brinco com o tempo
faço do prazer a espera
que o gozo encerra.
A poesia é essa água que escorre pela boca e d esce pelas bordas rompendo a barreira dos lábios. Diz e não diz f abula mundos intangív...