O que resta de ti em minha boca
é suave desejo de colher em teus lábios
essa correnteza que brota arrastando
os móveis dentro do meu peito.
O coração sem freio cavalga acelerado
por um campo desconhecido
ignorando os perigos do caminho.
Em tuas mãos tomo de tuas águas
levo à minha boca o sabor de tuas entranhas
estremeço e experimento o início de tudo.
Teu corpo existe
exploro, então, a geografia de teu prazer
tão sonoros são os gritos que adivinho
virem de tua fenda de mulher.
Perco-me e isso é tudo.
Gememos alheios à insanidade
que só se aplaca com o grito gutural do gozo.