quarta-feira, 24 de abril de 2024

Do encontro

 O que resta de ti em minha boca

é suave desejo de colher em teus lábios 

essa correnteza que brota arrastando 

os móveis dentro do meu peito.


O coração sem freio cavalga acelerado 

por um campo desconhecido

ignorando os perigos do caminho.


Em tuas mãos tomo de tuas águas 

levo à minha boca o sabor de tuas entranhas

estremeço e experimento o início de tudo.


Teu corpo existe

exploro, então, a geografia de teu prazer

tão sonoros são os gritos que adivinho 

virem de tua fenda de mulher.


Perco-me e isso é tudo.

Gememos alheios à insanidade

que só se aplaca com o grito gutural do gozo.




  A poesia é essa água que escorre pela boca e d esce pelas bordas  rompendo a barreira dos lábios. Diz e não diz f abula mundos intangív...