Se com a dor que por ora
te assombras
ainda fazes poesia,
estás vivas
e o ar que respiras
ainda não te pesa tanto
que não possa versejar.
Quando te conheci
te vendias pela lógica e pela razão
mas neste bazar que é a vida
a emoção é um penduricalho
que atamos ao pescoço
antes de pular ao mar.
No mercado das ironias que é a vida
desfilei minha dor,
abraçando ausências.
Culpa do poeta.
O poeta tropeça na rima
e rói as unhas.
Cansado das pedras no meio do caminho
e das páginas que arrancou ao caderno da vida,
pensa: o poema a lápis ainda pode ser apagado.
Sou bissexual
tenho fraco por versos e por mulheres
quando não são eles, são elas.
O inferno ainda são os outros.