Quando te olho
fico pensando na pele que cobre teu corpo
na substância clara de teus olhos
na carne que envolve teus ossos.
Vejo outras mulheres
e também estão envolvidas em carnes,
gordura, sangue e veias.
Por que a tua carne
se toda a mera substância humana
é composta por esta massa vermelha
que um dia será pó?
Tento analisar teus ossos
a substância dura do fêmur
em que te equilibras e danças
forçando a rede de ossos
a se chocarem uns contra os outros.
Estás coberta de cartilagens, pele,
cabelo e unhas pintadas
e assim como outras mulheres
te pintas para cobrir a última linha
a marcar teu rosto,
que começa a denunciar a passagem
do tempo, do teu tempo, que é meu tempo
a devorar e revelar o que escondem tuas carnes.