Nós, os de sempre
já não existimos
somos outros
perdemos a individualidade
colamos cacos e sonhos
misturamos bobagens e risos
dores e alegrias.
Os de sempre
não podem mais
ser os mesmos.
O encontro inesperado
criou ex-caminhos bifurcados
que convergiram acidentalmente.
E os de sempre
hoje são fumaça, névoa
não habitam mais os retratos
e das mesas onde as conversas
fluíam, levantaram.
Nós, os de sempre
nos fizemos ausência
e arriscamos novas escritas
talvez novas biografias
tomamos caminhos
sem levar mapas.
Nós, os de sempre
simplesmente acordamos
e havia na realidade
algo que o espelho
não podia responder.
Nós, os de sempre
ainda não sabemos o caminho
mas, daqueles, dos de sempre
a quem sempre se referem
as histórias
se fizeram memória
de que o tempo
registra apenas a ausência.
terça-feira, 10 de julho de 2018
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